As finanças deveriam ser ensinadas na escola?

26 de April | 2022

Já há algum tempo vem se falando no Brasil sobre a inclusão de Educação Financeira nas escolas! Muitas instituições privadas já oferecem a matéria na grade, e existe até Projeto de Lei (7.318 de 2017) que busca instituir o ensino como obrigatório. Seria esse o caminho pra mudar a relação do ser humano com o dinheiro?

Bom, quem é Me Poupeira! ou Me Poupeiro! raiz já sabe que a nossa relação com o dinheiro está muito mais ligada com a conhecimento e tomada de decisões do que com o quanto exatamente temos na conta do banco. 

A sociedade brasileira tem uma história de grande desafios econômicos, como a hiperinflação, capaz de gerar travas sociais, e a cultura de que dinheiro é um assunto tabu, a famosa “dinheirofobia” que a Nath fala tanto.

E quais são os principais sintomas da dinheirofobia?

  • Sentir vergonha de pedir desconto
  • Achar feio falar sobre dinheiro e divisão de gastos
  • Ter medo de pedir aumento de salário
  • Pensar que os ricos são maus e os pobres são bons
  • Estar certo de que investir é para quem tem muito dinheiro

E a grande questão é o “vírus da dinheirofobia” se instala a partir da infância, das formas mais variadas! 

“Eita Gustavo! Eu nunca tinha pensado sobre isso…”

Pois é! Sabe quando os pais evitam falar sobre dinheiro com filhos e ele vira tabu? Ou então quando as crianças estão diante de pais que gastam o dinheiro que não podem/tem? Ou ainda, quando os adultos estão sempre falando sobre falta e tentando lidar com dívidas?

Quem aqui se identifica com essas cenas?

Pra dar um exemplo bem pessoal, eu cresci numa família de classe média, no Rio de Janeiro. Sempre tive boas oportunidades e privilégios, mas dinheiro nunca foi um assunto debatido em casa. Olhando pro estilo de vida que tínhamos, para o lugar onde eu morava, pra escola que eu estudava e pra mesada que eu recebia, fui levado a estabelecer a crença de que eu sempre teria dinheiro e que sempre teria alguém para me ajudar.

Isso fez com que o senso de auto-responsabilidade com o meu próprio dinheiro tivesse que ser desenvolvido na marra, com as rasteiras da vida mesmo. Por conta disso acabei sofrendo muito para entender que eu poderia sim ter tudo o que eu gostaria, mas isso iria depender do meu esforço, organização e controle! 

Essa é a minha história – talvez a sua diferente. No meu caso, tive a ilusão de que dinheiro sempre sobra. Você, ao contrário, pode ter a ideia de que o dinheiro sempre falta… mas o cerne da questão é que todos esses traumas e crenças limitantes poderiam ser evitados através do conhecimento. 

Lembra do princípio básico da economia que comentei no último texto? De que nós, seres humanos, temos desejos ilimitados (quero ter, quero comprar, quero viajar e etc…) e recursos limitados (não tenho dinheiro suficiente para tudo isso)? Então, a única forma de resolver esse dilema é a de nos educarmos para conseguirmos fazer boas escolhas.

“E como fazemos isso?”

Para mim, educação financeira nas escolas é um excelente caminho! Esse é um tema importantíssimo e faz todo sentido que seja introduzido logo na infância. Ensinar planilhas, fazer contas, entender como a macroeconomia impacta vidas, como devemos organizar nosso orçamento. 

Quando comecei a ter mais controle sobre o meu dinheiro, fiquei me perguntando: “porque eu não aprendi isso antes?”. 

Na coluna desta semana da Daiane Hausen ela fala mais profundamente sobre essa nossa relação com o dinheiro. Vai lá conferir! E olha, se você tem crianças por perto, faça a sua parte também, fale sobre dinheiro e ajude os pequenos a fazerem as melhores escolhas desde cedo.

Até a próxima! 

Comentários

Leave a Reply

Your email address will not be published.

Seja o primeiro a deixar seu comentário