A diferença de empresas cíclicas e não-cíclicas

12 de July | 2022

No mercado financeiro volta e meia a gente vê empresas cujas ações estão caindo, enquanto outras estão subindo! Dá um nó na cabeça, parece não fazer sentido nenhum.

Mas quando a gente começa a olhar mais de perto e conhecer melhor o mercado, alguns padrões macroeconômicos podem nos ajudar a prever os movimentos do mercado.

Na economia existe o termo “ciclos”, que nada mais é do que uma balança invisível que sempre vai tentando se regular. Tem momentos em que a inflação está alta e, por conta disso, o governo aumenta as taxas de juros para deixar o crédito mais baixo e desestimular o consumo. Isso resulta em ofertas maiores que as demandas, ou seja, ocorre uma baixa nos preços.

Uma vez que isso acontece e chega a níveis estáveis, está na hora de incentivar o consumo de novo. E assim os preços vão subindo e descendo num ciclo contínuo. Parece até o ciclo da vida do Rei Leão, rs.

“E como estimar a duração destes ciclos?”

Bom, eles podem durar meses ou até anos, e as empresas precisam encarar essas condições adversas de escassez ou de bonança como “naturais”. A partir dessa observação, deriva o conceito de empresas cíclicas e não cíclicas. 

Um exemplo: uma empresa varejista cujo negócio principal é de vendas de bens de consumo, tais como Casas Bahia, Ponto Frio e Magazine Luiza, como fica em momentos como o que vivemos agora – de juros e inflação super altas em que os preços aumentam muito?

Sofrem com a baixa da procura, já que fazer qualquer tipo de empréstimo é muito caro e a atenção do orçamento das famílias se volta para garantir itens essenciais, como de alimentação e transporte.

Da mesma maneira que, em momentos onde a economia está aquecida, com boas condições de juros e inflação controlada, essas empresas tendem a prosperar mais se estiverem preparadas para isso. Essas são as empresas cíclicas, aquelas que estão expostas de forma mais intensa às variações da economia.

“Beleza, entendi. Mas e as não cíclicas? Quais seriam?”

São aquelas empresas que são mais resilientes, mais “parrudas” por assim dizer, e que resistem melhor a essas variações. Normalmente, são empresas de setores que, independentemente do que aconteça, as pessoas não param de consumir. Quer um exemplo? Energia elétrica, água, saneamento, serviços bancários e outros setores de infraestrutura.

Esses setores se mantêm fortes seja qual for a intempérie que a economia esteja passando, logo, são bons refúgios e uma boa proteção para os seus investimentos no “inverno” econômico.

Enquanto os setores cíclicos podem ser boas apostas justamente também durante o “inverno”, pois como bem sabemos, todo inverno passa, todo carnaval acaba e a vida dá voltas. Escolhendo boas empresas com potencial de crescimento quando elas estão em baixa pode ser o gás que a sua carteira precisa quando o sol voltar a brilhar. 

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