Como enxergar as oportunidades do mercado financeiro?

17 de October | 2022

Eu costumo dizer que o mercado financeiro tem boas oportunidades o tempo todo, no entanto, identificar as melhores envolve alguma dedicação aos estudos e o hábito constante de se atualizar sobre o mercado. Quer entender mais? Vem comigo. 

Por Professor Mira!

 

Quando falamos de boas oportunidades, há também uma certa subjetividade nesta definição, pois os objetivos das pessoas são diferentes, e isso muda a perspectiva de cada um diante dos diversos cenários. 

Uma boa oportunidade no mercado financeiro é aquela que dá “match” com o que você definiu como sua linha de chegada. E aí, você tem conseguido se manter dentro do jogo ou tem deixado as oportunidades passarem? 

Se você acompanha meus artigos e vídeos, com certeza já me ouviu dizendo que o  mercado tem oportunidades todos os dias, independentemente do cenário. Isso é muito real e, por isso, identificar essas boas oportunidades não tem a ver com sorte, mas sim com dedicação. 

Já ouviu alguma vez a frase “sorte é a oportunidade que te pega bem preparado?”. É disso que estou falando. Se você dedicar tempo e atenção aos movimentos do mercado, vai ter uma sorte danada, vai por mim.

algoritmo da riqueza

De olho nas oportunidades no mercado

Os ciclos econômicos se alternam o tempo todo, influenciados por inúmeros fatores, e os movimentos de resposta do mercado aos acontecimentos produzem padrões que possibilitam avaliar com razoável precisão quais as tendências. 

Esse é, inclusive, o trabalho que os analistas técnicos fazem o tempo todo, avaliando gráficos de ativos financeiros do mercado. 

“Mas, Mira, eu não sou analista e não entendo nada de gráficos financeiros.”

Eu sei disso, e a maioria das pessoas físicas que investem também não são analistas. Contudo, ainda assim, é possível identificar oportunidades interessantes e potencializar seus investimentos e o aumento de seu patrimônio. 

Oportunidade boa é aquela que te deixa mais perto de sua meta!

Antes de qualquer outra coisa, é preciso que você defina de forma muito clara os seus objetivos financeiros de curto, médio e longo prazo. Sem isso, não tem como saber se um determinado investimento é ou não uma boa oportunidade pra você

Perceba que eu grifei o “pra você”, pois isso é um ponto importantíssimo desse nosso papo. Vou exemplificar para clarear o cenário.

Suponhamos que você tenha R$10 mil para investir e sua meta para este dinheiro é: fazer um intercâmbio nos Estados Unidos daqui a um ano e meio. Um investimento com uma rentabilidade projetada acima da inflação, mas com prazo de vencimento para daqui a cinco anos, é uma boa oportunidade pra você? Certamente não, pois você precisa do dinheiro antes disso – diferentemente de alguém que esteja investindo para longo prazo.

Agora, quer um exemplo fora do mercado financeiro, mas que vai ajudar a entender a lógica? 

Vamos lá: você tem uma família de 5 pessoas e precisa comprar um carro para fazer uma viagem. Ao chegar à loja de veículos, o vendedor mostra a você uma moto que está com preço 30% abaixo do valor de mercado. É uma boa oportunidade de negócio? Com certeza, mas só pra quem estiver precisando de uma moto. No seu caso, é preciso um veículo com cinco lugares, lembra?

Percebe que oportunidades não têm apenas a ver com preço ou rentabilidade, mas sim com a necessidade de cada pessoa? É exatamente isso que acontece no mercado financeiro o tempo todo. 

Para alguém que esteja construindo patrimônio para longo prazo, ações de uma empresa de crescimento que estejam descontadas são um excelente negócio, enquanto que para uma outra pessoa, cuja meta sejam dividendos perenes para complementar a renda, provavelmente não, pois empresas de crescimento reinvestem o lucro no próprio negócio e, portanto, pagam dividendos bem menores. 

Mas, ainda pegando o exemplo de alguém que precise de bons dividendos para complementar sua renda, será que uma empresa que paga altos dividendos, mas cujo valor da ação está muito acima do que realmente vale, é uma boa oportunidade somente por causa do dividendo alto que paga? Será que vale o ágio? Depende…

Enfim, os exemplos que estou dando aqui não visam afirmar taxativamente o que é, ou não, uma boa oportunidade. Meu objetivo é mostrar que você precisa ter atenção ao maior número de variáveis possíveis que estiverem ao seu alcance para distinguir as boas oportunidades que sirvam às suas metas.

Ponderar todas as variáveis é um equilíbrio delicado que pode impactar positiva ou negativamente a sua carteira. Se você fizer bem este exercício, é provável que consiga multiplicar seu patrimônio de forma consistente, mesmo não sendo um analista técnico especialista em investimentos. 

As informações são abertas a todos, use sem moderação 

Todas as empresas listadas em bolsa de valores possuem em seus sites uma área chamada de RI (Relação com Investidores) e o acesso a esse conteúdo é público. 

No site de RI, você consegue ver como está a saúde financeira da empresa, se ela tem mais ativos ou passivos, se possui capacidade de quitar seu endividamento, sua participação de mercado, etc. 

Talvez, nas primeiras vezes que você acessar esses documentos, muita coisa pareça difícil de entender, mas, com a prática e pesquisando sobre o assunto, comparando a evolução dos resultados de um ano para outro,  garanto que vai ficar simples distinguir empresas que dão lucro ou prejuízo, empresas que estão crescendo ou estagnadas, entre outras coisas.

Além disso, o simples hábito de acompanhar diariamente o noticiário econômico sobre as empresas e o mercado vai ajudar você a perceber muitas oportunidades alinhadas aos seus objetivos. 

Quer mais um exemplo? Durante a pandemia, quando as restrições sanitárias fizeram com que os shoppings permanecessem fechados, os fundos imobiliários que tinham shoppings em seu patrimônio passaram a pagar proventos bem menores, fazendo com que muitos cotistas vendessem seus ativos. 

Como acontece na lei de oferta e procura, o fato de haver muita gente vendendo fez com que o preço das cotas baixasse bastante, abrindo uma excelente janela de oportunidade para quem investe para longo prazo e podia esperar a economia do varejo se recuperar. Esse perfil de investidor teve, então, a chance de comprar muito mais cotas usando menos capital. 

Dessa forma, com a recuperação do varejo, quando esses fundos de shopping voltarem a distribuir proventos maiores, quem tiver maior número de cotas receberá mais dinheiro, não é mesmo?

Este exemplo demonstra que, mesmo em meio à crise de um setor, se você souber analisar quais são as boas empresas com capacidade de atravessar a crise e se recuperar na mudança de ciclo, encontrará boas pechinchas que, no longo prazo, podem ser as “galinhas de ouro” de sua vida financeira. 

Empresas que pagam dividendos sempre valem a pena? 

Hum… depende! Na etapa de vida em que você se encontra, o recebimento de dividendos é importante? Se for, para saber se uma empresa pagadora de dividendos é boa oportunidade, é necessário comparar o preço atual do ativo com o retorno (em dividendos) que ele ativo irá proporcionar. 

Isso é o que o mercado conhece como relação preço/lucro (P/L). Essa avaliação já irá fornecer uma primeira visão do potencial de pagamentos de uma ação em comparação ao preço dela, sinalizando, assim, se há ou não oportunidade no investimento. Claro que não é o único critério, mas saber olhar pra isso já coloca você um passo além!

Não há bola de cristal, o que existe é o investidor que sabe usar as informações que estão espalhadas pelo mercado. 

Não há um único dia em que eu não receba alguma mensagem perguntando se é o momento de comprar ou de vender determinado ativo. Essa pergunta é recorrente, porque as pessoas vivem em busca de acertar o momento perfeito, o ativo perfeito e ter o lucro dos sonhos. 

Mas a realidade é que acertar o momento perfeito é muito difícil e mesmo profissionais experientes de mercado trabalham com as médias para acompanhar e se beneficiar de movimentos de alta ou de baixa. 

O mundo é dinâmico e inconstante e tudo muda o tempo todo. Políticas fiscais ou tributárias, governos, guerras, desastres naturais e tantas outras coisas podem afetar o desempenho dos mercados. 

Se acontecer, por exemplo, um desastre natural em um local que é o principal produtor da matéria-prima usada pela empresa em que você pretende investir, talvez seja conveniente adiar o investimento, para acompanhar o quanto o desastre ocorrido irá afetar seus negócios e, consequentemente, o preço das ações. 

Ou, ainda, se você investe em uma empresa cuja produção depende inteiramente da matéria-prima de um país que esteja enfrentando uma guerra, será que seus próximos aportes devem continuar sendo nesta mesma empresa? É necessário avaliar o cenário, entender os rumos que a tal guerra pode ter e, só depois disso, definir se faz sentido continuar aportando na empresa.

Como saber tudo isso? Bem, sugiro que você comece lendo o noticiário diariamente, que acesse as áreas de RI nos sites das empresas e leia relatórios de gestores e analistas de mercado independentes. 

O que eu quero dizer com tudo isso?

Investir é uma tarefa que envolve planejamento, estudo, paciência e atenção ao que acontece no mundo. 

Ao comparar números e planejar seus investimentos com base nas tendências de mercado, você tem grandes possibilidades de obter sucesso no longo prazo. 

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Um abraço,
Professor Mira.

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