A sociedade faz parte de mim ou eu faço parte da sociedade?

10 de May | 2022

Ô-lá, Me Poupeiras e Me Poupeiros!

Antes de começarmos, quero saber o seguinte: como foi para você conhecer a primeira estação? Quais foram as reflexões que essa parada trouxe? Você pode me contar lá no instagram (@daianehausen) como foi a sua descoberta. Será um grande prazer te ler! 

Mas, por aqui a nossa viagem segue e vamos para a próxima estação. No texto anterior, eu te expliquei que a família é o primeiro lugar que temos como base para as nossas crenças. Mas além da família, onde mais você acredita que foi absorvendo conceitos e aprendendo formas de pensar? 

Vou te dar um tempinho para pensar na resposta! 5, 4, 3, 2, 1… Rufem os tambores… 

Na sociedade! 

Já sei, você deve estar pensando “como assim na sociedade, Daiane? Isso é muito amplo”. Calma! Pare alguns instantes e pegue o seu “kit viagem das descobertas” antes de seguirmos.

Respirar fundo;
Pegar os lencinhos (sim, o que você vai aprender pode doer);
Paciência para passar por cada estação;
Abrir a sua mente para tudo que iremos debater nesse texto.

Segunda estação: SOCIEDADE

A maioria das crianças, perto dos 6 anos de idade, são encaminhadas pra um dos primeiros ambientes sociais de suas vidas, a escola. Pensando nisso, a escola é o primeiro espaço social frequentado e nele haverá diversas histórias, culturas, credos, religiões, etnias, gênero e especialmente, crenças distintas. 

Exatamente por este motivo, a diversidade, que a escola tende a ser um ambiente desafiador ara uma criança. Porque o ser humano tende a sentir desconforto a tudo que é novo, diferente ou desconhecido. Para a criança é tudo ainda mais intenso, pois ela está aprendendo a lidar com as suas próprias emoções e sendo exposta a várias situações novas.

Vamos fazer o seguinte exercício: 

1. Volte ao seu primeiro ano da escola, como você se sentiu?;
2. Qual era o seu maior desafio naquele ambiente?;
3. Quais eram os seus medos?

Se você tem um filho, pode ainda fazer este exercício: 1. Como foi o primeiro dia da minha filha(o)?; 2. Quais foram os desafios que ela(e) enfrentou? 3. Como ela(e) reagiu naquele ambiente? 

E aí está um ponto chave, ao estarmos em um ambiente social, precisamos assumir que existem outras realidades além da minha própria, e que é necessário encarar a diversidade e aprender com ela. 

Durante o período escol, nós construímos redes de amizades, nos relacionamos com o outro, e este outro certamente é diferente de mim (por mais que existam afinidades), e é neste momento que as nossas crenças-base vão sendo postas à prova, testadas e transformadas. 

Ao encarar uma nova realidade, eu questiono a minha e novas crenças vão sendo construídas. Eu tenho outros exemplos e modelos pra me inspirar, por isso, a socialização é tão importante. 

“Okay Daiane, entendi. Mas então, é a escola que muda a visão das pessoas?” 

NÃO! 

A escola é o primeiro ambiente externo à família, mas com o decorrer da vida, ocupamos outros espaços, como por exemplo, o trabalho, a faculdade, teatros, barzinhos, cursos e outras atmosferas, que vão nos moldando sem que nem sequer tenhamos consciência disso. 

Eu vou construir hábitos, comportamentos e pensamentos com base na realidade que vivo. Por exemplo, a “dinheirofobia”, ela não está somente em você, mas possivelmente está na família, entre o grupos de amigos e no trabalho. Isso é coincidência? Não! 

Isso é o ambiente social interferindo na sua vida. 

Quando eu compreendo que as minhas crenças não são somente minhas, mas são um conjunto de crenças que aprendi nos ambientes que frequentei, posso me questionar e fazer diferente. Posso trazer para a minha vida as perguntas como: “Por que eu estou pensando dessa forma?”; “Por que eu acredito nisso?”; “Com quem eu aprendi isso?”; “Qual foi o ambiente que estive inserido?”

Para quebrar uma crença e fazer diferente, é importante começar se questionando. Fazer mais perguntas do que ter respostas. Como assim, Daiane? 

As pesquisas comprovam

Um estudo desenvolvido por Rollwage et al (2020) demonstrou o quanto o Viés de Confirmação é presente nas convicções do ser humano e que isso nos leva a tomar decisões partindo de um recorte das nossas crenças. Mas não para por aí, os autores apresentaram quais circuitos cerebrais estão envolvidos nesse processo de seletividade da informação.

Isso é, o viés de confirmação é caracterizado por eu buscar informações que confirmem a minha teoria, a minha ideia prévia sobre determinado assunto. Mas isso pode me levar a tomar decisões movidas pelo que “eu acredito” e não pelo que talvez possa ser efetivamente melhor pra mim. Pois relembre, eu estou buscando informações nas quais já acredito e ignoro o que é diferente. 

Quando fazemos perguntas, o nosso cérebro sai do automático, consegue fazer novas reflexões e conexões cerebrais pra uma melhor tomada de decisão. 

Dicas da Riqueza: 

  1. Se questione; 
  2. Avalie às suas crenças e as suas “verdades”; 
  3. Esteja aberto ao novo e ao diferente; 
  4. Relembre-se que toda convicção vem com menos espaço para reflexão. 

Até a próxima! 

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