Unindo as escovas: como fazer isso do jeito certo?

10 de June | 2022

O relacionamento ficou sério demais e agora vocês estão planejando juntar os trapos? Ah, que festa da união! Neste especial de Dia dos Namorados, vamos trazer dicas práticas para não fazer do conto de fadas uma história de terror.

Por Me Poupe!

Se te perguntassem quais os principais motivos das brigas de um casal, o que você responderia?

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), publicada no final de 2021, mostra que 4 em cada 10 casais brigam por conta de dinheiro. Além de confirmar a nossa imaturidade pra lidar com o dinheiro a dois, esse dado também traz um indicador que é igualmente preocupante: o número de famílias endividadas no país chegou a 77% da população.

AH, QUE CHOQUE DE REALIDADE!

Pra fechar o combo da desilusão amorosa, 57% dos divórcios realizados nos últimos dez anos no Brasil foram motivados, segundo os entrevistados, por problemas financeiros entre o casal. 

É óbvio que ninguém começa um relacionamento desejando que ele termine por conta desse tipo de situação. Inclusive, já falamos que é importante estabelecer algumas práticas ainda no início do namoro neste outro post aqui.

Portanto, se você já está nessa fase de juntar as escovas e ir morar junto, vale a pena dar uns passos para trás, definir alguns acordos e estabelecer estratégias para tornar a convivência e a forma como o casal lida com dinheiro mais fácil.

O primeiro grande passo é simples, mas bastante escasso nos dias de hoje: é a conversa! Vocês dialogam sobre finanças? Falam sobre como se relacionam com o dinheiro e o que ele representa na vida de vocês? Conversam sobre o cenário econômico, sobre a inflação, trabalho, remuneração e tudo que envolve dinheiro? Falar e ouvir é, sem sombra de dúvidas, o ponto de partida pro sucesso.

Transparência nos ganhos e gastos também é um passo ESSENCIAL. Você não precisa, necessariamente, abrir sua vida financeira, mas ter noção do custo total com as despesas em comum do casal, as suas despesas individuais e quanto cada pessoa recebe, é bem importante. 

Vocês também podem seguir com a regra da proporcionalidade, que, em termos gerais, significa que cada parte do casal pagará o proporcional ao que ganha nas despesas em comum.

Além disso, existem alguns outros pontos que devem ser levados em conta na hora de montar uma vida financeira a dois. Separamos aqui 4 dicas pra você se inspirar e adaptar à sua realidade. Lembre-se: não existe nada escrito em pedra e você pode montar de acordo com as suas necessidades e momento.

#01: Reserva de emergência para os dois!

Aqui, estamos dando alguns passos para trás em qualquer organização financeira. Você e sua parceira ou seu parceiro já tem uma reserva de emergência montada?

Lembre-se que ela deve equivaler a 6 meses do seu custo de vida, que inclui aluguel, condomínio, contas básicas (luz, água, telefone, gás e internet, por exemplo) e despesas de alimentação, plano de saúde, farmácia, entre outras.

Por que trouxemos isso aqui? Por um simples motivo: se uma das partes fica desempregada, a reserva de emergência ajuda a não gerar nenhum tipo de atrito com as finanças do casal. Assim, não fica pesado para o outro lado.

#02: Contas sempre separadas!

A pior coisa que você pode fazer é ter uma conta conjunta. E estamos falando isso por dois motivos:

  1. Você perde a sua liberdade e individualidade financeira;
  2. O valor do seu trabalho é direcionado para os dois sem um filtro.

Vou te explicar melhor: se você utilizar uma conta conjunta, os ganhos das duas partes ficam na mesma conta, certo? E isso pode gerar uma série de problemas, além de afetar diretamente a sua individualidade financeira.

Vamos supor que Joaquina ganha mais do que Joaquim. Se esse casal tem uma conta conjunta, Joaquim pode achar que ele tem direito a todo o dinheiro de Joaquina – o que não é verdade.

Se levarmos em conta a regra da proporcionalidade e descobrirmos que Joaquina é responsável por 70% da renda do casal, ela é responsável por cobrir 70% dos gastos fixos do casal, como aluguel, contas básicas e alimentação.

A cervejinha de sábado do Joaquim com os amigos? É ele que paga.

Ao seguir com a estratégia de manter contas separadas, é importante definir quais custos cada um vai ser responsável dentro de casa de acordo com a proporção que falamos anteriormente.

#03: Da-lhe técnica N.A. na vida do casal

Uma forma muito legal para organizar as finanças de um casal é adotar a técnica Nathalia Arcuri na vida do casal.

Ela é dividida dessa forma:

  1. Você deve dividir o seu orçamento usando a lógica “70/30”. Aqui, 70% do que você ganha deve ser utilizado pra viver o presente e pagar suas dívidas e os 30% restantes deverão ser investidos em suas metas, metonas e metinhas.
  2. O seu custo de vida deverá estar dentro desses 70%. Aí, a divisão fica assim:
    1. Desses 70%, 55% são para custos essenciais, como aluguel, gás, luz, água, internet, telefonia e outras coisas que você considera como necessárias pra sua vida.
    2. Agora, restam 15%, certo? Desse total, 10% é pra você fazer o que quiser! Pode ser qualquer coisa – desde que CAIBA dentro dos 10%.
    3. Finalmente, 5% do que você deverá ser destinado à educação. Sem repertório, conhecimento ou atualização, você não consegue ganhar mais dinheiro.

Quer um exemplo prático? Olha só como Albertina divide o seu dinheiro todo mês: se todas as entradas dela equivalem a R$ 5.000, ela vai destinar R$ 3.500 (70%) para as suas despesas do mês e vai investir R$ 1.500 (30%) todo mês.

Para conhecer mais da técnica N.A., clique aqui.

#04: Saúde financeira em dia

Se tá tudo tranquilo e favorável, é importante manter a saúde financeira do casal. Algumas coisas que você deve levar em conta são essas:

Sejam parceiros

É muito legal conseguir manter a parceria na hora de organizar as finanças. Isso evita conflitos e discordâncias. Por isso, procure tomar as decisões que impactam a vida financeira do casal em conjunto. Assim, ao surgirem dificuldades e desafios quando o assunto é dinheiro, vai ser muito mais fácil de resolver e se entender.

Sejam transparentes

Outro ponto extremamente importante é manter a transparência de gastos e rendas, como já falamos aí em cima. Assim, nenhum dos dois lados será surpreendido se acontecer algum problema. Uma boa estratégia é definir uma forma de detalhar as despesas do mês. Vale planilha, caderno, planner ou aplicativo – o que for melhor para o casal.

Definam sonhos ou objetivos em comum

Quando temos uma meta a atingir, o nosso planejamento financeiro fica muito mais regrado. O mesmo vale para a vida em casal: ter um objetivo ou sonho em comum ajuda a economizar e guardar dinheiro.

Algumas das metas a dois que podem ser conquistadas envolvem a compra de uma casa própria, uma viagem internacional ou a compra de um carro, só para citar alguns exemplos.

Ter um objetivo claro ajuda a mudar alguns hábitos do cotidiano, ter uma melhor gestão das finanças do casal e conquistar a meta em conjunto.

E você, como lida com as finanças enquanto casal? Conta pra gente nos comentários!

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