Bom, tá aí a pergunta de milhões que todo mundo quer uma resposta pronta! Inclusive, essa foi uma das principais pautas dos líderes globais reunidos no Fórum Econômico Mundial. Vem ver o resultado deste encontro e ficar por dentro do cenário econômico global.
Por Gustavo Bastos!
A 53ª edição do Fórum Econômico Mundial, realizado em Davos, na Suíça, teve como tema: “Cooperação em um Mundo Fragmentado”. Reforçando essa frase, o que se viu nas centenas de painéis e apresentações do evento, não é novidade para ninguém: o mundo está dividido.
Foi indiscutível que dentre todos os temas debatidos no Fórum – que foram do Metaverso à filantropia -, os mais polêmicos foram: a Guerra da Rússia contra a Ucrânia e as suas consequências, a transição energética, a crise de abastecimento e as mudanças climáticas.
Segundo o Secretário Geral da ONU, António Guterres, “a solução destes problemas já seriam difíceis se estivéssemos vivendo o melhor dos tempos e o mundo estivesse unido, mas nós estamos longe de estar vivendo os melhores dos nossos dias e o mundo está longe de estar unido”.
Mas o que será que está causando tanta instabilidade?
Essa é uma resposta que tem várias camadas interconectadas. Vamos começar pela guerra na Ucrânia, que já dura 11 meses e causa instabilidades homéricas em todo o mundo.
Estamos diante de uma ação da Rússia, uma das grandes potências mundiais e que possui armas nucleares – temidas, caso o conflito aumente. Tendo uma guerra, os países vizinhos são forçados a tomar decisões que estremecem o delicado equilíbrio do mundo.
Assim, uma das principais consequências da guerra para o restante do mundo é o impacto no comércio. A Ucrânia e a Rússia juntas representam, por exemplo, 70% da produção de trigo do mundo. Com as interrupções de fornecimento de ambos os países, o do trigo subiu no mundo todo, o que impacta toda a cadeia de alimentos mundial.
Outros dois produtos que a Rússia é um grande produtor são petróleo e gás natural. Aqui a coisa fica feia, porque uma vez que o mundo não está comprando o petróleo russo, isso diminui a oferta que se tem no mercado, logo o preço sobe muito e o mundo inteiro sentiu ainda no ano passado esse efeito.
Sabe o que isso significa? Crise energética, meus caros!
Um outro complicador em uma situação de guerra é que apesar da maioria dos países do mundo estarem do lado da Ucrânia, alguns países estão apoiando a Rússia, o que é o caso do Irã e da China.
Tendo a China o tamanho e o poder econômico que possui hoje, o que se teme é que com a escalada do conflito a guerra aumente de tamanho e passe a ser um embate mais direto entre a China e os Estados Unidos.
Os respingos da guerra no mundo
O cenário mundial de alta da inflação e alta dos juros é consequência da crise do coronavírus somada à guerra. Com juros altos o consumo é desestimulado! Com baixo consumo, as empresas produzem menos e isso pode levar a uma recessão econômica.
Os Estados Unidos, por exemplo, estão vivendo a maior inflação dos últimos 40 anos. O Brasil, por conta da nossa história de hiperinflação, tem mais experiência de como lidar com esse cenário e tomou medidas mais rápidas, o que tem feito com que a nossa inflação, apesar de alta, esteja mais controlada do que na terra do Tio Sam.
As crises internas dos países
O Fórum Econômico Mundial também destacou as várias crises internas vividas por países, sejam elas políticas, econômicas ou ambientais. Essas crises internas faz com que os países deixem de dar atenção a questões importantes que impactam o planeta e passem a dar mais foco na resolução dos seus problemas internos.
Todas estas questões que estamos vendo aqui são apenas alguns dos problemas que o mundo precisa resolver. Além disso, nós temos também a questão das novas tecnologias que podem aumentar a taxa de desemprego e a fragmentação da sociedade.
A urgência para evitar a recessão
O único caminho para isso é que o mundo consiga fazer agora o que nunca conseguiu de fato: unir governos, sociedade, setor privado, ONGs, mídia e instituições num esforço coletivo para com efetividade achar soluções reais para estes problemas.
Para que isto seja possível, o esforço vai ser grande. As diferenças terão que ser deixadas de lado em prol da realização desses objetivos maiores a nível global e isso pode ser bem difícil de conseguir. Pelo o que se viu em Davos existe saída para que o mundo não caia numa recessão global em 2023, mas será que vamos conseguir?
Essa resposta a gente só vai saber à medida que as coisas acontecerem.
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