Risco de investimento: o que é e como ele pode influenciar a sua carteira?

15 de August | 2024

É, não tem para onde correr: todo investimento tem riscos. Já comecei assim, sincerona, que é pra você se preparar. Em poucas palavras, o risco de investimento representa a possibilidade de você não obter a rentabilidade esperada ou ter perdas com aquele ativo. Ou seja, é a chance de você se dar mal com um investimento.

E, assim como na vida, sempre existe a chance de você se dar mal. Cabe a você decidir o quanto quer se arriscar ou não. É tipo decidir se chega ou não no crush na balada, sabe? Quanto melhor for a sua cantada, menores as chances de tomar um toco.

Nesse texto, eu vou pegar a sua mãozinha e a gente vai entender juntos como minimizar a chance de você se dar mal, ok? Vamos lá:

Por Me Poupe!

É possível eliminar o risco de investimento?

Não. Mas existem riscos de investimento mais altos e mais baixos, e você pode escolher a alternativa que mais faz sentido para a sua carteira. Vale considerar que a Renda Variável, por exemplo, representa um risco maior do que a Renda Fixa.

Além disso, dentro da Renda Fixa, os títulos públicos do Tesouro Direto são considerados os mais seguros, já que eles têm a garantia do Governo Federal.

Mas como nem tudo são flores, você precisa saber que, no mercado financeiro, os riscos são melhores amigos dos rendimentos. Ou seja, investimentos de alto risco costumam gerar retornos financeiros melhores do que os de baixo risco.

Mas olha só, não vai sair comprando um monte de ações na B3 sem entender nada na esperança de ganhar muito dinheiro, hein? Escolha o risco adequado ao seu perfil de investidor e nível de experiência no mercado financeiro.

Quais são os tipos de risco de investimento?

Agora que você já entendeu que todo investimento tem riscos, é preciso saber que existem diversos tipos de risco. Cada um tem características específicas e pode influenciar a sua carteira de maneiras distintas. Então, é hora de conhecer bem cada um deles:

Risco de liquidez

Você provavelmente conhece alguém que gosta de se gabar que a sua casa foi um grande investimento, já que o imóvel valorizou muito ao longo dos anos. Mas e na hora de vender, será que vai ser tranquilo encontrar alguém disposto a pagar aquele valor?

O risco de liquidez é sobre isso. Ele se refere à possibilidade de um investimento não ser vendido ou convertido em dinheiro rapidamente. Ou seja, ele se relaciona com a capacidade do investidor de encontrar compradores dispostos a adquirir o ativo em questão rapidamente.

Quando dizemos que um investimento tem baixa liquidez, ele é considerado mais difícil de vender. Isso pode acontecer por vários motivos, como falta de interesse dos investidores, tamanho do mercado ou condições econômicas adversas.

Mas atenção: é preciso considerar que investimentos com baixa liquidez podem oferecer retornos mais altos em comparação a oportunidades mais líquidas. Isso significa que, apesar de ser mais difícil vender um imóvel do que uma bolsa, por exemplo, o primeiro trará uma rentabilidade muito maior.

E qual é o problema nesse cenário? Caso você precise do dinheiro rápido, antes do prazo previsto, você pode ter que vender o seu investimento a um valor abaixo do mercado, o que resultará em perdas financeiras. E pior ainda: no caso de impossibilidade de resgate ou negociação, você pode precisar vender outros ativos da sua carteira a preços desfavoráveis.

E tem mais: a baixa liquidez pode limitar a capacidade de diversificação da carteira, já que uma parcela significativa do seu dinheiro estará “presa” em um único ativo por um grande período de tempo. E a baixa diversificação, por si só, aumenta o risco geral de todos os investimentos que compõem o seu portfólio.

Risco de mercado

O risco de mercado afeta todos os tipos de investimentos, em maior ou menor grau. São aquelas coisas que não dá para controlar e que acontecem no campo do cenário macroeconômico. Como por exemplo a famosa inflação, sabe?

As oscilações na economia têm impacto direto no mercado financeiro e podem fazer os preços dos ativos variarem.  Os principais eventos desse campo que podem afetar os investimentos são:

  • Mudanças nas taxas de juros (como a Selic);
  • Crises econômicas;
  • Política monetária e fiscal;
  • Desastres naturais;
  • Índice de inflação;
  • Problemas relacionados a setores específicos;
  • Variações de câmbio.

Vamos supor, por exemplo, que você se animou com a alta do dólar e decidiu investir exclusivamente na moeda americana. Um belo dia, o Banco Central americano acorda e decide baixar as taxas de juros. Com isso, os investidores que estavam com dinheiro lá no Estados Unidos começam a buscar oportunidades de investimentos que tragam mais retornos como os investimentos aqui do Brasil em reais, portanto aqueles dólares que você comprou a R$ 5,00 podem valer R$ 4,00 agora. É claro que esse cenário foi um pouco exagerado, mas é assim que o risco de mercado funciona.

Por isso que o melhor antídoto para o risco de mercado é a diversificação. Quando você não coloca todos os ovos em uma única cesta e, em vez disso, investe em ativos de diferentes classes e setores, o impacto tende a ser menor. E isso porque uma eventual perda em um investimento pode ser compensada pelo ganho de outros, por exemplo.

Risco de crédito

Imagine que dois dos seus melhores amigos te pedem dinheiro emprestado para comprar um presente de Natal. O primeiro amigo, João, tem emprego fixo e sempre paga tudo em dia. Ele só está esperando o próximo salário para te devolver o dinheiro. Já o segundo amigo, Pedro, está desempregado há cinco meses e com o nome sujo na praça. Qual dos dois empréstimos te parece mais arriscado?

O risco de crédito é a probabilidade de que um emissor de títulos ou um devedor não cumpra suas obrigações de pagamento. Por exemplo, um título emitido por uma empresa com boa saúde financeira e baixo endividamento (como o seu amigo, o João) tem um risco de crédito menor. Já uma aplicação emitida por uma organização com elevado endividamento, por outro lado, apresenta maior risco, já que há mais chances de ocorrer inadimplência.

Nesse caso, se o emissor de dívida não conseguir cumprir suas obrigações, o investidor pode sofrer perdas financeiras. E se a sua carteira inclui muitos investimentos com alto risco de crédito, ocorre um desequilíbrio na diversificação. Com isso, o risco geral sobe e há a possibilidade de perdas financeiras significativas.

É por isso que, antes de sair por aí investindo, é sempre bom checar se aquele ativo é protegido por alguma entidade, como o Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Ele existe justamente pra isso: garantir a recuperação do patrimônio investido, ou parte dele, caso a instituição financeira em que você investiu passe por decretação de regime de intervenção, liquidação extrajudicial ou falência. Importante lembrar que não são todos os investimentos que contam com essa garantia, por isso, tome cuidado antes de sair investindo em qualquer título por aí. 

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Qual é a importância de entender o risco de investimento?

Ufa, deu até um medinho por aí? Calma. Agora que você já conhece os principais tipos de risco de investimento, é hora de aprender a lidar com eles. Conhecer os riscos é fundamental para tomar decisões conscientes sobre o mercado financeiro. Assim, fica muito mais fácil avaliar as questões de segurança referentes a cada investimento.

Para descobrir o que faz mais sentido para você, é preciso levar em consideração o seu perfil de investidor e objetivos financeiros. Com isso em mãos e construindo uma carteira diversificada, tudo fica mais tranquilo.

Como descobrir o meu perfil de investidor?

O perfil de investidor define o seu grau de abertura para se arriscar no mercado financeiro. Em outras palavras, é o quanto você está disposto a encarar o risco de perder dinheiro em busca de retornos financeiros melhores.

Basicamente, existem três classificações:

  • Conservador: investidores que priorizam a segurança e estabilidade financeira, preferindo investimentos de baixo risco ainda que com menor potencial de retorno. Adoram a Renda Fixa.
  • Moderado: é o meio do caminho entre segurança e retorno. Aceitam um pouco mais de risco em troca de rentabilidade maior. Geralmente, fazem um mix entre Renda Fixa e Renda Variável.
  • Arrojado: ele dá a cara a tapa. Tem alta tolerância a riscos e está disposto a investir mais em ativos de Renda Variável, em busca de retornos cada vez maiores.

Vale ressaltar que nada está escrito em pedra, ok? Se você está tateando o mercado financeiro agora, provavelmente começará com um perfil mais conservador e pode se tornar moderado ou arrojado conforme ganha confiança. Da mesma forma, um investidor arrojado pode se tornar mais conservador à medida que envelhece e se aproxima da aposentadoria.

Como gerenciar os riscos em uma carteira de investimentos?

Não dá para eliminar o risco de investimento completamente, mas você pode aprender a lidar com ele. Dá uma olhada nessas dicas:

Diversifique! Sempre!

Não aposte todas as suas fichas em um único cavalo. Aloque seus recursos em ativos de mercados, setores e prazos diferentes. Assim, se der ruim em uma área, parte do seu patrimônio ainda estará seguro.

Conheça o seu perfil de investidor

Nada melhor do que autoconhecimento para tomar decisões melhores, né? Para entender o que faz mais sentido para você, faça uma análise de características pessoais, como idade, renda, patrimônio, objetivos, horizonte temporal e comportamento diante dos riscos.

Defina os seus objetivos financeiros

Você investe pra que? Se você não sabe a resposta para essa pergunta ainda, é melhor dar um passo para trás. É com esses objetivos em mente que você irá definir qual rentabilidade faz mais sentido para você e quanto tempo você tem para atingir as suas metas.

Monitore a sua carteira de perto

O mercado financeiro muda o tempo todo e uma empresa ou setor que parecia promissor no passado pode passar por dificuldades no futuro. Faça ajustes nos ativos quando necessário e reavalie o potencial de risco do portfólio. Dessa forma, você se protege de eventuais perdas e pode reavaliar se aqueles ativos ainda fazem sentido para os seus objetivos atuais.

Aprendizado contínuo

Um bom investidor não fica parado no tempo. Para investir cada vez melhor, é preciso continuar sempre aprendendo. No curso Econofácil, do Me Poupe+, você pode descobrir mais sobre risco de investimento e outros temas da Economia de forma simples e descontraída.

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