Onde vive, o que come? Entenda para que serve a taxa Selic e como ela influencia e é influenciada pela economia.
Por Me Poupe!
A palavra “Selic” aparece quase que diariamente no noticiário, deixando clara a sua importância para balancear a economia brasileira. Agora, responda com sinceridade: você sabe para que serve essa taxa?
“Ibovespa fecha em baixa à espera de decisão sobre a Selic”, “Copom mantém Selic, mas alerta para inflação alta” e “Banco Central mantém Selic em 13,75%, encerrando maior ciclo de altas desde 1999”.
Essas foram apenas algumas das manchetes de 2022 que reforçam o nosso ponto de vista: compreender a dimensão da Selic e como ela impacta o bolso de cada um de nós é essencial.
Com essas premissas estabelecidas, resolvemos explicar tintim por tintim para que serve a taxa Selic, daquele jeito que só a Me Poupe! faz. Assim, vai ficar mais fácil acompanhar os movimentos econômicos e decisões tomadas pelas esferas de poder. Bora?
O que é a taxa Selic?
Podemos dizer de forma bem simplificada que a taxa Selic representa os juros básicos da economia brasileira.
Em outras palavras, os movimentos decorrentes da variação da Selic são responsáveis por influenciar todas as taxas de juros praticadas no país, como o quanto um banco cobra ao conceder um empréstimo até aquela rentabilidade prometida numa aplicação financeira.
De onde vem o nome Selic?
Senta que lá vem história! Selic é a sigla de Sistema Especial de Liquidação e de Custódia.
E, como você pode claramente ver pelo nome, trata-se de um sistema (jura?!) que é administrado pelo Banco Central.
Dentro desse sistema – agora vem o momento surpresa! – são negociados títulos públicos federais, como o Tesouro Direto. Dessa forma, acontece o registro diário das operações feitas e a taxa média aplicada.
“Ok, Me Poupe! Mas e a Selic nisso tudo?”
O resultado dessa matemática é a taxa Selic.
De que tipo de operações estamos falando?
A principal operação que regula a Selic são empréstimos de curtíssimo prazo e com vencimento em apenas um dia. Eles são realizados entre as instituições financeiras, que dão como garantia títulos públicos federais.
Nesse sentido, essa taxa média, que é apurada diariamente, ajuda a definir o percentual de juros que efetivamente está sendo praticado nesse mercado.
No entanto, por mais que essa conta seja importante, existe uma “outra Selic” nesse multiverso da economia. Ela se chama “meta” e é sobre ela que você deve ouvir mais comumente e que vamos explicar ainda nesse texto.
Para que serve a Selic?
Bom, já comentamos que a Selic define o percentual de juros do mercado, certo? Até aqui tudo bem? Se não, recomendamos fortemente que você dê play neste vídeo antes de continuar a leitura.
O sistema Selic foi criado lá em 1979 pela Andima (Associação Nacional das Instituições do Mercado Aberto, hoje conhecida como Anbima) e pelo Banco Central com o objetivo de gerar disciplina e tornar mais ágil a compra e venda de títulos públicos.
Não demorou muito e a Selic se tornou um dos elementos centrais da estratégia de política monetária brasileira dentro de um sistema de metas de inflação.
Esse sistema foi definido em 1999 e estabelece um compromisso do país em adotar medidas para manter a inflação dentro de uma faixa fixada periodicamente pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Esse grupo, formado por ministros e o presidente do Banco Central, busca garantir a estabilidade da economia e evitar descontroles dos preços de produtos e serviços.
Isso é uma forma de evitar que se repita o que aconteceu com a inflação desenfreada do governo Collor, que causaram a perda diária do poder de compra.
Como funciona a meta de inflação?
Quando foi criada, a meta de inflação era de 8% e tinha um limite de variação definido de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.
No entanto, ela caiu ao longo do tempo e permaneceu em 4,5% ao ano por quase 15 anos. Porém, em 2020, a meta se fixou em 4% ao ano, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
“Mas o que isso significa, Me Poupe!?”
Isso significa que a meta é cumprida se a inflação acumulada no ano ficar na faixa de 2,5% a 5,5%.
E o que o governo faz para tentar manter a inflação nesse patamar?
A principal estratégia da política monetária que o país utiliza é a de influenciar a quantidade de dinheiro que circula na economia.
Agora, prestenção! Isso significa que, quanto mais recursos estiverem disponíveis, maior será o consumo.
Em outras palavras, quando aumenta a procura por produtos e serviços, é natural que os preços subam. O contrário também é verdadeiro e isso, criatura, faz parte do básico da economia.
Então, é aí que entra a Selic. Ela é a principal ferramenta que o Banco Central tem para controlar o volume de recursos em circulação.
Me explica na prática, Me Poupe!?
Claro! Quando a economia está aquecida e os preços começam a subir a ponto de ultrapassar a meta de inflação, a Selic é elevada.
Dessa forma, com juros mais altos, fica mais caro tomar crédito. E isso não vale apenas para os consumidores, mas para as empresas e o próprio governo. A consequência é um desestímulo ao consumo, o que ajuda a controlar os preços.
O posto também acontece naquele momento em que a inflação está controlada ou abaixo da meta. Quando há espaço, a Selic diminui, o que estimula o consumo e ajuda a aquecer a economia.
Anota aí esse resumo:
⬆️A Selic sobe quando:
🔥a economia está aquecida
💸os preços começam a subir
📈e é preciso frear a alta da inflação, que está acima da meta.
⬇️A Selic desce quando:
❄️a economia está desaquecida
💰os preços começam a cair
📉a inflação está controlada ou abaixo da meta.
Qual é o impacto da Selic no dia a dia dos brasileiros?
Basicamente, o impacto acontece em três frentes principais: crédito, consumo e investimentos. Dá só uma olhada como é essa dinâmica em cada um deles:
Quais investimentos eu posso aproveitar com o aumento da Selic?
Para aproveitar o aumento da Selic, escolha sempre investimentos de renda fixa que possuem a remuneração baseada em juros, como os títulos públicos do governo federal (como o Tesouro Direto), CDBs, letras de crédito e debêntures.
Aproveita e dá o play neste vídeo para aprender mais sobre a relação entre a Selic e os investimentos:
Quando e como é definida a Selic?
A taxa Selic é definida e anunciada pelo Comitê de Política Econômica (Copom), um órgão formado pelo presidente do Banco Central e alguns diretores.
Para fazer essa definição, o Copom se reúne a cada 45 dias e define que Selic “meta” vai vigorar no próximo mês e meio.
As reuniões agora em 2023 vão seguir o seguinte calendário e, em geral, duram dois dias:
- 31 de janeiro e 1º de fevereiro
- 21 e 22 de março
- 2 e 3 de maio
- 20 e 21 de junho
- 1º e 2 de agosto
- 19 e 20 de setembro
- 31 de outubro e 1º de novembro
- 12 e 13 de dezembro
Segundo o Banco Central, os participantes desses encontros assistem a apresentações técnicas, discutem as perspectivas da economia brasileira e global, avaliam as condições de liquidez e o comportamento dos mercados.
A votação sobre os rumos da Selic “meta” acontece somente depois que os membros recebem e analisam todas essas informações, além de considerarem os principais riscos e potencialidades do cenário macroeconômico à frente.
A decisão do Copom é divulgada no mesmo dia, por meio de um comunicado que você também confere aqui no site da Me Poupe!.
Depois dessa aula sobre a taxa Selic, temos certeza que muitas fichas caíram por aí, não é mesmo?! Não deixe de acompanhar o sobe e desce da taxa que rege a nossa economia aqui com a Me Poupe!.
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