Como os brasileiros investiam em 1994-2000 e como investem hoje: uma comparação de eras

Se você acha que o Brasil é um país parado no tempo, está muito enganado! Desde a implementação do Plano Real em 1994, a maneira como os brasileiros lidam com seu dinheirinho mudou tanto que nem parece o mesmo país.

Vamos dar uma espiada nessas mudanças nos hábitos de investimento, da era da poupança segura até os dias de hoje, onde criptomoedas e investimentos no exterior estão bombando. E claro, vamos descobrir qual era e qual é o melhor investimento para os brasileiros ao longo dos anos.

Por Jefferson Rocha!

O início do plano real e o boom da poupança

Em 1994, com o Plano Real e a tão sonhada estabilização da inflação, os brasileiros começaram a respirar aliviados. Finalmente, dava para fazer planos sem o medo de que o dinheiro desvalorizasse de um dia para o outro.

E qual foi a primeira escolha do povo? A caderneta de poupança! Simples, segura e com aquele rendimento básico, mas garantido. Até porque, convenhamos, ninguém queria arriscar muito depois de anos de hiperinflação.

Resultado? Cerca de 85% dos investidores brasileiros estavam de mãos dadas com a poupança, considerando-a o melhor investimento para garantir a segurança do seu dinheiro.

Investimentos em renda fixa e títulos públicos

Além da poupança, o governo brasileiro começou a oferecer outras formas de investimento em renda fixa, como os títulos públicos. Os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) e os fundos de renda fixa começaram a ganhar força, atraindo aquele investidor que queria um pouco mais de retorno, mas sem perder noites de sono.

Em 2002, a criação do Tesouro Direto veio para democratizar ainda mais o acesso a esses títulos, permitindo que qualquer pessoa com internet pudesse investir no governo de forma prática e acessível.

Naquela época, o melhor investimento para quem queria segurança era sem dúvida os títulos públicos.

Perfil demográfico dos investidores (1994-2000)

Naquela época, a maioria dos investidores eram homens entre 35 e 50 anos, de classe média e alta. A informação financeira era limitada, e muitos dependiam dos conselhos bancários.

A internet ainda estava engatinhando, e as informações sobre o mercado financeiro não eram tão acessíveis como hoje. Então, investir era quase um “clube do bolinha”. Para essa demografia, o melhor investimento estava naquilo que oferecia segurança e previsibilidade.

Transformações a partir de 2018: diversificação e tecnologia

Com o avanço da internet e da tecnologia, o cenário de investimentos no Brasil passou por uma transformação radical. Desde 2018, os brasileiros têm acesso a uma gama muito mais ampla de produtos financeiros, e a palavra de ordem é diversificação.

As corretoras de valores e as plataformas de investimento online facilitaram o acesso a informações e produtos financeiros antes restritos. Finalmente, o clube do bolinha foi desfeito, e todos foram convidados a participar do jogo.

Agora, definir o melhor investimento se tornou uma tarefa mais complexa, devido à variedade de opções disponíveis.

O renascimento da renda variável

A partir de 2018, com a queda nas taxas de juros, investir na renda variável começou a fazer mais sentido. Ações, fundos imobiliários e outros investimentos que antes pareciam arriscados começaram a ganhar espaço nos portfólios dos brasileiros.

Além disso, a educação financeira se popularizou graças aos influenciadores e educadores financeiros nas redes sociais, atraindo uma nova geração de investidores mais jovens e dispostos a assumir riscos. Para muitos, o melhor investimento passou a ser aquele que oferecia maiores retornos, mesmo com um pouco mais de risco.

A poupança em declínio

Apesar de ainda ser um porto seguro, especialmente para os mais velhos, a poupança viu seu reinado declinar. Nos últimos anos, cerca de 60% dos brasileiros ainda investem na poupança, mas a busca por melhores retornos fez com que muitos migrassem para investimentos mais rentáveis.

Portanto, o melhor investimento para a maioria deixou de ser a poupança e passou a incluir opções mais variadas e lucrativas.

Impacto da pandemia

A pandemia de COVID-19 trouxe uma reviravolta. Com a Selic a 2% e a necessidade de buscar alternativas de renda, muitos brasileiros se aventuraram na bolsa de valores.

O número de investidores pessoa física na B3 (Bolsa de Valores do Brasil) cresceu de cerca de 700 mil em 2018 para impressionantes 5 milhões em 2022. Nesse cenário, o melhor investimento para muitos foi a bolsa de valores, que ofereceu oportunidades de ganhos expressivos em meio à crise.

Ascensão do Mercado de Criptomoedas e Investimentos no Exterior

Nos últimos anos, criptomoedas como Bitcoin e Ethereum também entraram no radar dos investidores brasileiros. Apesar da volatilidade, essas moedas digitais atraíram aqueles que buscavam diversificação e altos retornos.

Além disso, a partir de 2020, os BDRs (Brazilian Depositary Receipts) foram liberados para investidores não qualificados, permitindo que pequenos investidores comprassem ações de empresas estrangeiras com facilidade. Essa mudança ampliou as oportunidades de diversificação e exposição a mercados internacionais.

Para quem busca inovação e diversificação, o melhor investimento pode incluir criptomoedas e ações internacionais.

Resumão: A evolução do investidor brasileiro

De 1994 a 2000, os investidores brasileiros buscavam segurança e estabilidade, com a poupança e os títulos de renda fixa dominando o cenário. Hoje, o perfil do investidor brasileiro é muito mais diversificado.

Há uma maior participação de mulheres e jovens de 25 a 40 anos, com metade deles sendo assalariados e metade autônomos. A democratização da informação e o fácil acesso a plataformas de investimento têm permitido que pessoas de diversas faixas de renda e escolaridade invistam de forma mais consciente e diversificada.

Hoje, a busca por educação financeira está em alta, permitindo que mais pessoas se planejem financeiramente e consigam recursos para investir todos os meses.

O acesso a produtos de investimentos mais sofisticados, como debêntures, CRIs, CRAs, BDRs e criptomoedas, mostra que o investidor brasileiro está mais informado e preparado para diversificar suas apostas. Dessa forma, o melhor investimento vai depender do perfil e dos objetivos de cada investidor.

Entender essa evolução é crucial para qualquer investidor iniciante que deseja navegar com sucesso pelos próximos anos no mercado financeiro brasileiro. E se você está pensando no melhor investimento, fique ligada e ligado, porque o conhecimento é a chave para abrir todas as portas financeiras.

E aí, gostou desse mergulho no passado e presente dos investimentos no Brasil? Continue aprendendo, porque o mercado financeiro é uma montanha-russa de oportunidades! 

Se você quer garantir o melhor investimento para o seu dinheiro, lembre-se: diversificação é a chave. 

Não se esqueça de sempre buscar informações e se educar financeiramente, pois o conhecimento é o seu maior aliado para identificar o melhor investimento. Afinal, quem quer ficar parado no tempo quando pode se tornar um investidor de sucesso, certo?

E para fechar com chave de ouro, vamos lembrar mais uma vez: não existe uma fórmula mágica, o melhor investimento é aquele que se encaixa nos seus objetivos e perfil de risco.