Pequenos investidores também podem investir em startups, e é muito mais simples do que você imagina. A gente te explica como fazer isso!
Por Guilherme Enck e Paulo Deitos*
Nos seus primeiros passos como investidor, você provavelmente buscou investimentos que oferecem uma boa dose de segurança. CDBs, títulos do tesouro, fundos atrelados ao DI. Mas mesmo aqueles que ainda não tiveram coragem de colocar um pézinho em investimentos mais arriscados, como a Bolsa de Valores, adorariam fazer o seu dinheiro render mais. E, quem sabe, multiplicar centenas de vezes.
De todas as modalidades, o investimento em participação em empresas de tecnologia de alto potencial de crescimento é talvez o que traga as maiores possibilidades de se obter retornos fora do comum. Este é um mercado responsável por criar vários milionários, multiplicando o patrimônio dos investidores bem-sucedidos.
De fato, são muitos os casos de investidores de startups que fizeram um pequeno aporte na fase inicial de um negócio e compraram uma participação que hoje vale milhões.
Os 20 primeiros investidores externos da Amazon, por exemplo, investiram US$ 50 mil por uma participação de pouco menos de 1% da empresa. Se esses investidores não tivessem sido diluídos nas rodadas seguintes de captação, essa participação hoje seria equivalente a US$ 3,5 bilhões, segundo dados da Business Insider.
Observando oportunidades
Ainda na minha época de faculdade, um colega abriu uma empresa de tecnologia aplicada ao setor educacional e convidou 10 pessoas para financiarem a construção do negócio. As cotas individuais eram de R$ 3 mil. Hoje essa empresa está avaliada em 8 dígitos, e aqueles R$ 30 mil iniciais valem alguns milhões. Na época, decidi não participar. Hoje me sinto como aquele baterista dos Beatles que deixou a banda antes dela se tornar conhecida.
Mas a frustração de ter perdido essa oportunidade valeu pelo aprendizado sobre o potencial de multiplicação de capital de investir em empresas escaláveis.
Muito se fala em bitcoin, blockchain, inteligência artificial, realidade virtual e o potencial que essas tecnologias têm de mudar o mundo. Você já imaginou participar desse mercado, e ganhar dinheiro se tornando sócio das empresas que serão as próximas Amazon e Netflix?
Como eu participar desse mercado?
O problema é que durante muito tempo o investimento em startups esteve restrito a grandes investidores e a fundos de investimentos. Era necessário ter uma boa soma de dinheiro para poder participar desse mercado. A lógica era ter poucos investidores aportando altos valores. A burocracia envolvida e dificuldades de comunicação inviabilizavam a participação de um grande número de investidores em cada projeto.
Nada que não pudesse ser resolvido por empreendedores criativos e tecnologias inovadoras. Com a massificação do acesso à internet e a popularização dos serviços financeiros surgem as plataformas de investimento online. Elas possibilitam romper o velho paradigma de mercado e pulverizar o investimento, estabelecendo a lógica inversa: muitos investidores, com baixos valores. Além de reduzirem o volume necessário para investir, as plataformas trouxeram uma forma desburocratizada e simples de se tornar sócio de startups. Na maioria dos casos, a cota mínima é de apenas R$ 500 ou R$ 1 mil.
O processo de investimento é surpreendentemente fácil. Basta preencher os dados em um cadastro online, escolher a sua startup e fazer a transferência dos recursos. Quando a captação é finalizada, você recebe o seu título de investimento.
A oportunidade de se investir em startups de alto potencial e a facilidade do processo aceleraram a proliferação dessas plataformas ao redor do mundo. Algumas das primeiras – e as de maior sucesso até aqui – são as britânicas Crowdcube e Seedrs. Apenas no ano de 2017, o Crowdcube fechou com sucesso a captação de 130 empresas totalizando £ 85,9 milhões (cerca de R$ 407 milhões). O Seedrs captou £ 52,3 milhões (R$ 248 milhões) para 108 empresas, segundo a empresa.
Plataformas ajudam pequeno investidor
As plataformas online de investimento em startups ganharam força no Brasil em julho de 2017 com a regulamentação da modalidade pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários), órgão responsável por regular o mercado financeiro. Já existem diversas plataformas operando no País, como a Kria, Eqseed, StartMeUp e a CapTable, plataforma investida pela StartSe, empresa que é a maior referência no ecossistema brasileiro de startups.
Já imaginou sentar na mesa do bar e contar para os seus amigos que você está investindo em startups? Agora você pode. Mas lembre-se: o investimento em startups envolve alto risco, e deve fazer parte de uma estratégia maior de investimentos. A dica é: aloque a maior parte do seu dinheiro em investimentos seguros e separe uma parte pequena (algo entre 10% a 20%) para investir em startups. Fazendo isso, você corre o “risco” de estar investindo no futuro Facebook.
Paulo Deitos, co-fundador e diretor da ABFintechs, vice-presidente da Aliança Fintech Iberoamericana e sócio-fundador da Cap Table; e Guilherme Enck, sócio-fundador da CapTable.
Olá Nath, me chamo Fabio, e gostaria e estou começando agora a aprender sobre investimento, tenho 20 anos e ainda tenho muitas duvidas, pois, comprei dois títulos do tesouro direto só que não estou conseguindo visualizar eles,