Falar sobre dinheiro com os pequenos não precisa ser chato ou difícil. Tem como, sim, ensinar os filhos desde cedo a lidar com as finanças. A gente ensina como
Por Elle Braude
Como mãe zelosa de três pigmeus e planejadora financeira para famílias, um dos assuntos que sempre aparecem na minha frente é a educação financeira para crianças. Como pais, quais são os ensinamentos que devemos dar aos nossos filhos quando o assunto é dinheiro?
O assunto no Brasil é pouco difundido. Prova disso é o estudo da OCDE, que coloca o Brasil em 27º colocado, entre 30 países, na lista dos países com maior educação financeira. O País ganha apenas da Croácia, Bielorússia e Polônia (uiiii, essa doeu!).
Em um País onde 40,3% da população se encontra inadimplente, ou seja, onde há 61,8 milhões de pessoas com dívidas, considerando os números de junho, da Serasa Experian, é mais do que urgente educar financeiramente nossos filhos.
Por onde começar?
Existem algumas lições que podem ser ensinadas às crianças sobre dinheiro, não importa a idade delas.
1. Dê o exemplo
A primeira e mais poderosa mensagem é a do exemplo.
Como sua família lida com as finanças? Vocês têm um orçamento e discutem sobre finanças de forma aberta e respeitosa? Existe um diálogo quando há a necessidade de priorizar objetivos? Quais cuidados devemos adotar para incluirmos nossos filhos no assunto, considerando a idade deles?
O ideal é a família ter clareza em relação aos seus objetivos e uso do dinheiro, seja para pagar contas, seja para planejar uma viagem, um passeio ou compra de presentes. Quando a criança é pequena, é possível dar pequenos exemplos que mostrem que o dinheiro é escasso e que é preciso priorizar aquilo que realmente importa para família.
É possível fazer isso escolhendo um sorvete mais simples, ao invés de um mais caro, por exemplo, e explicando que está economizando para outros itens mais importantes para a família, como uma viagem.
A complexidade da explicação varia conforme a idade e grau de entendimento da criança.
2. Diferencie vontades de necessidades
Esta é outra dica para ajudar a falar sobre dinheiro com os pequenos.
Toda família tem a necessidade de comprar alimentos, pagar suas contas de consumo, e cobrir seus gastos com saúde, por exemplo. Após cobertas as necessidades básicas, trabalhamos com as vontades, quer seja um brinquedo bacana ou uma viagem inesquecível.
Conforme as crianças entram na adolescência, essa diferenciação pode ser refinada. Nesta fase, por exemplo, o filho começa a ter a necessidade de comprar uma mochila, mas se a mochila é de uma marca famosa, já passa a ser uma vontade e não uma necessidade. É preciso deixar essas diferenças claras.
3. Mostre que o dinheiro é escasso
Uma vez consciente do que é uma vontade e do que é uma necessidade, o próximo passo é demonstrar que o dinheiro é um recurso finito. Ou seja, se o adolescente gastar o dinheiro com a mochila, ele não terá mais esse valor disponível para comprar outra coisa que é mais importante para ele.
É importante ensinar que ele tem escolhas, e que elas precisam ser avaliadas para que ele aprenda a otimizar as suas decisões de consumo desde cedo. Também convide seu filho a não somente a contemplar as escolhas de consumo imediato, mas também a postergar suas compras em prol de um objetivo maior:
“Filho, você prefere gastar sua mesada em uma mochila de marca ou comprar aquele tênis que você tanto queria? Ou você parou para pensar que se comprar uma mochila mais simples, você pode guardar o dinheiro restante para depois comprar o celular que tanto deseja?”
O princípio de postergar o consumo é muito importante. Ele é uma das sementes para o planejamento financeiro, pois ensina a autodisciplina necessária para economizar dinheiro para projetos futuros, quer seja aposentadoria, viagens ou outras despesas na vida adulta.
4. Fale sobre o valor do dinheiro
Com a decisão de economizar, vem o próximo passo, que é o de ensinar sobre o valor do dinheiro no tempo. Como? Investindo. Independentemente da idade das crianças, é possível iniciar conversas sobre os produtos financeiros mais básicos, como poupança.
A ideia é mostrar que, se ela esperar, ela terá mais dinheiro. Conforme o entendimento da criança for se expandindo, pode-se buscar outros produtos financeiros, explicando a característica de cada produto e sua relação de risco-retorno.
5. Deixe ele aprender
Finalmente, mas não menos importante, como nessa vida tudo é aprendizado, deixe seu filho também aprender com as próprias más decisões financeiras. Comprou a mochila de marca e acabou o dinheiro até para pagar o lanche da escola? E agora, José?
Faça-o refletir sobre sua decisão e lidar com as consequências. Segure firme a vontade de ser protetor e “passar a mão na cabeça.” As lições que aprendemos através dos erros costumam ser mais memoráveis que as dos acertos. Então deixe, sim, seu filho errar. Melhor quebrar a cara com R$ 100, R$ 200 do que com R$ 10.000, R$ 20.000 quando adulto.
Educar filhos é um desafio diário. Boa sorte em seus ensinamentos financeiros!
Te conheci agora em ago/18 quando tava meio afundada em tristeza pq em em agosto eu estava com contas do mes 7 e 8 em aberto. Lembrando q trab e recebi em jul 1.037.00 Fui na net procurar ajuda e encontreia a Nath... Aiii q fe1.037.00 da disciplina financeira.. I love you nath... Merecedora de tudo issso q vc esta conquistando.