CDB a 200% do CDI? Não caia nesses 3 contos de fadas financeiros!

09 de October | 2024

Quando começamos a nos aventurar no mundo dos investimentos, é normal rolar algumas confusões. Afinal, é todo um novo universo para você descobrir. Entender a sopa de letrinhas da renda fixa, por exemplo, é um verdadeiro desafio: é CDB, LCI, LCA, CDI, SELIC, PREFIXADO, PÓS-FIXADO… PELO AMOR DE CHER!

É nessa hora que o Sidnelson vai te contar aquela historinha que não passa de um grande conto de fadas financeiro — com um final feliz para as metas dele e não para você, investidora ou investidor.

Nesse texto, eu vou te contar 3 desses contos que podem virar verdadeiras histórias de terror para investidores em renda fixa! Quem sabe lendo até o final você não aprende a escrever o seu próprio final feliz? Bora lá!

Por Gean Duarte!

Conto 01: CDB de 200% do CDI com liquidez diária

Você começou a investir agora e está buscando o melhor ativo para a sua primeira grande meta financeira, a reserva de emergência. Você também sabe que um CDB com liquidez diária que pague 100% do CDI é uma ótima opção para isso, já que é possível tirar o dinheiro a qualquer momento e ainda tem a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC).

Eis que, ao rolar a tela de uma rede social, você encontra uma propaganda com uma oferta de CDB pagando 200% do CDI com liquidez diária. OMG! COMO ASSIM? Você buga. Afinal, isso é muito mais do que os CDBs de 100, 105 e 110% do CDI que você encontrou disponíveis na sua corretora!

Xii, o carro quebrou? Não entre no cheque especial. Clique aqui e aprenda a montar uma reserva de emergência.

Aí você se questiona: será que aprendi tudo errado? Esse CDB parece um verdadeiro conto de fadas, com uma rentabilidade que vai me deixar rica em pouquíssimo tempo! Deslumbrada, você clica no anúncio com várias letrinhas miúdas, sugerindo abrir conta em uma corretora de valores específica, para aproveitar essa “grande e exclusiva” oportunidade. 

Você abre a conta e a corretora ganha um novo cliente. Era isso mesmo que eles queriam! E aí é a hora em que o seu castelinho de areia desmorona. Você descobre que o limite de aporte para aquele CDB magia é de 5 mil reais e o título vence em apenas 3 meses. Acabou o sonho de ser uma Bixa Milionária!

Quando você se deparar com uma oferta que parece “boa demais para ser verdade”, saiba que o caso pode ser esse mesmo. Produtos com rentabilidade muito acima do normal em geral são limitados a um valor bem menor que o necessário para uma reserva de emergência, por exemplo. Além disso, o vencimento de 3 meses vai te obrigar a pagar a maior alíquota do Imposto de Renda. Bora pra próxima, porque decepção não mata, ensina a viver!

Me Poupe+: seu streaming de finanças favorito

Conto 02: Taxas de aplicação são irrelevantes

Como investidor iniciante, você aprendeu que títulos de renda fixa, como o Tesouro Selic e CDBs com liquidez diária, são ótimas opções de investimento para a sua reserva de emergência. Você também deve conhecer muito bem a tabelinha regressiva do Imposto de Renda. Ela diz que quanto mais tempo você deixar o seu dinheiro aplicado, menos imposto você vai pagar por aquele rendimento. No aplicativo da sua corretora, você pode acompanhar a rentabilidade líquida, ou seja, quanto aquele dinheiro rendeu já descontando os impostos e taxas.

Eis que surge ele, o Sidnelson, te oferecendo um fundo de investimento de renda fixa com uma rentabilidade supostamente superior aos títulos de renda fixa. É só mais um conto de fadas, Bixa. O seu gerente vai focar apenas na rentabilidade e omitir informações importantíssimas, como as taxas cobradas pelo fundo que serão descontadas da rentabilidade maravilhosa apresentada.

Antes de contratar qualquer fundo de investimentos, estude a proposta daquele ativo e verifique o percentual cobrado de impostos e as taxas de desempenho e administração, que podem ser abusivas e corroer boa parte da sua rentabilidade.

Quando falamos em reserva de emergência, você também precisa verificar se o fundo está alocado em investimentos conservadores. Você não deve investir o seu dinheirinho para emergências em ativos com alta volatilidade. Vai que a rentabilidade muda de uma hora para a outra e você fica sem a grana para levar o pet no veterinário? Desespero! Além disso, não é coerente comparar a performance de um fundo de investimentos mais arrojado com títulos de renda fixa conservadores, como o Tesouro Selic ou CDBs.

Conto 03: FGC é a única segurança necessária

Contar com o FGC é muito importante e os investimentos que têm essa garantia, como CDBs, LCIs e LCAs, são sim considerados mais seguros. Isso porque, caso a instituição financeira para a qual você emprestou o seu dinheiro vá à falência, o FGC devolve o seu rico dinheirinho. Claro, há o limite de R$ 250 mil por instituição financeira e CPF, além do teto de R$1 milhão, renovado a cada 4 anos. Além da garantia do emissor do título, essa é uma garantia de crédito extra muito buscada pelos investidores.

Sabendo disso, alguns assessores de investimentos se aproveitam dessa sensação de segurança para te vender mais um conto de fadas. Eles te oferecem investimentos que parecem incríveis, com ótimas taxas de retorno e garantidos pelo FGC! Mas com um detalhe: os emissores têm péssimas classificações de risco, jogando a responsabilidade pela segurança de crédito somente nas costas do FGC.

Por mais que os recursos do FGC sejam robustos, ele tem a capacidade de pagar, aproximadamente, apenas 2,2% do total de depósitos elegíveis à sua garantia. Claro, precisaríamos viver uma grande crise no sistema financeiro para que o FGC não pudesse honrar o seu compromisso com os investidores. Mas é importante escolher também bons emissores de títulos de renda fixa. Dessa forma, você reforça a segurança de crédito dos seus investimentos e não dependerá apenas do nosso queridinho Fundo Garantidor de Crédito.

Mas Bixa, como eu faço para saber se o emissor do meu título é bom ou ruim?

Você precisa estar atenta à classificação de risco dos investimentos medido pelo rating. Esse índice é uma nota que as agências de classificação de risco de crédito atribuem a um emissor, que pode ser um país, empresa ou banco, em relação à sua capacidade de honrar uma dívida. Com esse dado, fica mais claro para os investidores o nível de risco do local em que eles estão deixando o seu dinheiro.

Aprenda mais com o Me Poupe+

A melhor estratégia para não cair em contos de fadas por aí é investir na sua educação financeira. Conheça o Me Poupe+, a plataforma que reúne todos os cursos da Me Poupe! em um só lugar. Aprenda com os melhores especialistas do mercado a administrar melhor o seu dinheiro, ganhar mais e investir melhor.

Lembre-se de ficar atenta a ofertas de dinheiro milagrosas e bons investimentos! Um beijo da Bixa e até o próximo blog!

Comentários

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *

Seja o primeiro a deixar seu comentário