Reserva de emergência: sua primeira meta!

14 de June | 2022

O carro para de funcionar do nada. Rolou uma despesa médica que você não estava esperando. O doguinho que vai precisar de um tratamento. Um raio caiu e queimou a TV e a geladeira. Grandes ou pequenas, despesas não planejadas parecem surgir nos piores momentos. E olha que em nenhuma delas eu citei a perda da sua fonte de renda, que sim, também pode acontecer.

Para essas emergências, é fundamental a tão falada – e pouco praticada –  reserva de emergência. Ela deve ser a sua primeira e principal meta, a guardiã de todas as metas. Afinal, tem coisa mais chata que começar um planejamento e ter que mudar de rota porque algo inesperado levou o dinheiro carimbado pro seu sonho?

A criação de reserva de emergência é esse primeiro passo. Se algo acontecer no caminho — mesmo que ela não esteja completa — em uma situação inesperada, você irá se recuperar mais rapidamente e voltar ao caminho certo para alcançar suas metas mais selvagens. Partiu reserva?

Por onde devo começar?

O início de tudo é definir quanto é sua reserva de emergência e, para isso, você precisa conhecer um número: seu custo de vida.

“Como eu faço isso, Hellen?”

Mapeie quais suas despesas fixas, tudo aquilo que é essencial de ser pago no seu dia-a-dia, como aluguel, energia, alimentação, contas fixas. 

Aqui, não estamos falando de toda sua renda e sim do essencial. Afinal, se você estiver em uma emergência financeira, provavelmente não haverá muito espaço para blusinhas e pro happy hour.

Chegou ao valor do seu custo de vida? Multiplique pelo menos por seis, para ter disponível seis meses do seu custo de vida.

Se você tem estabilidade no emprego, pense que várias emergências não estão necessariamente ligadas à perda de renda. Então, seis é uma boa meta a ser perseguida. Se você trabalha por conta própria, depende mais de si. Nesse caso, trace uma meta de reservar doze meses de seu custo de vida e isso te dará a tranquilidade necessária para ir tocando as coisas.

Como faço para construir minha reserva?

Metas! Sempre elas! Estabeleceu seu valor de reserva? Ela vira sua meta prioritária. Apenas comece a pensar em outras metas se você tiver pelo menos 50% de sua reserva de emergência constituída.

  • O seu valor de reserva é o objetivo mensurável, alcançável e com data para ser concluído. Então, estabeleça uma data pra atingi-lo, que deve ser baseada na sua capacidade mensal de aporte. 
  • Para ter disciplina, não confie no seu cérebro. Crie um sistema para fazer contribuições consistentes! Configurar transferências recorrentes automáticas para sua reserva, isso pode ajudar a se manter na linha. Defina seu aporte mensal e caso entre uma renda extra que permita um valor maior em um mês específico, priorize a reserva.
  • Monitore regularmente seu progresso. Encontre uma maneira de verificar seu desempenho, seja uma notificação automática do saldo de sua aplicação ou anotando seus depósitos. Mensurar seu progresso é uma forma de se incentivar a continuar.

Se você está vivendo no limite ou não recebe o mesmo valor a cada semana ou mês, pode ser difícil se programar. Mas, lembre-se, essa é a reserva que vai te dar alguma segurança financeira e evitar dívidas quando o inesperado vier. Assim, se em alguma época do ano você recebe uma renda maior, ou sempre que tiver oportunidade, lembre-se da reserva.

Onde devo guardar a minha reserva?

Você deseja garantir que sua reserva esteja segura, acessível e que siga se multiplicando. As melhores opções para isso são:

  • Tesouro Selic: a aplicação mais segura para sua reserva, mas atenção pra manter aqui um valor menor que R$10.000. A partir desse montante, você passa a pagar a Taxa de Custódia da B3 que corresponde a 0,2% do total do seu investimento ao ano. Você não quer perder a toa o que construiu, certo? Passou de R$10.000 (incluindo os rendimentos) vá para as próximas opções;
  • CDB de Liquidez Diária: praticamente todos os bancos e corretoras oferecem. Ele tem a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), o que torna uma aplicação segura. O cuidado aqui é buscar sempre uma rentabilidade de pelo menos 100% do CDI e ter certeza de se tratar de uma aplicação de liquidez diária, ou seja, que você pode resgatar a qualquer momento.
  • Contas remunaradas: sim, elas são uma opção. Mas use-a apenas para parte de sua reserva (elas não tem a proteção do FGC) e caso você tenha a disciplina de não recorrer a essa reserva para o que não for emergência.

Essa é meta que vai te dar tranquilidade para todas as outras metas. Se você gastar o que está em sua reserva, planeje a metinha e a recomponha o valor. O importante é dormir com a garantia de que você está financeiramente segura ou seguro pra lidar com imprevistos!

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