Você conhece os critérios básicos para escolher um investimento?

19 de September | 2022

Fazer a seleção de ativos para uma carteira de investimentos é uma tarefa que requer estudo e dedicação, mas, garanto pra você que não é o bicho de sete cabeças que muita gente acredita.

Até mesmo alguém que nunca investiu consegue iniciar sua carteira, depois de dominar alguns conceitos e critérios básicos de mercado. É sobre isso que a gente vai conversar hoje.

A frase é clichê, mas ainda está válida: uma longa caminhada começa com o primeiro passo. Vem comigo, no caminho eu te conto!

Por Professor Mira

Abrir o home broker de uma corretora e selecionar um investimento pode parecer bem desafiador para quem está iniciando. São tantas opções de ativos, que muita gente acaba desistindo antes mesmo de começar.

Mas desistir não faz parte do vocabulário de quem é mepoupeira ou mepoupeiro, então, eu vou compartilhar com você algumas dicas que vão te ajudar a iniciar a sua jornada de escolha dos investimentos. 

Depois, com o tempo, estudo e experiência, você vai sofisticando suas escolhas e aprimorando a técnica, mas o importante é dar o primeiro passo.

“Se você não sabe pra onde ir, qualquer caminho serve
(Lewis Carroll) 

Essa frase é famosa, e se você conhece Alice no País das Maravilhas, certamente se lembra desse diálogo do Gato Cheshire com a Alice.

Acontece que a frase se aplica a quaisquer áreas de sua vida, inclusive os investimentos. Então, a primeira coisa que você precisa fazer é definir objetivos, fazendo um pequeno planejamento com suas metas financeiras e os prazos para atingir cada uma delas.

Com isso em mãos, existem alguns critérios básicos a se levar em conta sempre que for aportar dinheiro, e o primeiro deles é o prazo. Se o seu investimento visa uma meta de curto prazo, você deve investir em renda fixa, onde você sabe exatamente quanto terá no vencimento do investimento que escolheu e não estará sujeito à volatilidade.

No youtube da Me Poupe! tem muito material explicando tudo sobre renda fixa, e eu também fiz alguns vídeos bem detalhados que você pode assistir aqui e aqui.

Mas, se o seu investimento é para médio e longo prazo, considere a montagem de uma carteira que contemple também a renda variável que é, sem dúvida alguma, onde você irá obter maior valorização de seu patrimônio.

Aprenda a diferenciar os ativos

Como eu sempre insisto em dizer, não existe uma receita de bolo, pois cada pessoa tem uma realidade e objetivos específicos, então, seria irresponsável eu te dar uma tabelinha com percentuais pré-definidos para cada classe de ativos, pois isso pode não ser compatível com as metas de rentabilidade e prazos  que você tem.

Os percentuais de cada tipo de ativo dentro da sua carteira é algo que você irá aprender a definir conforme for estudando sobre finanças pessoais e investimentos.

Mas, existem sim alguns critérios básicos que permitem que você comece a montagem de sua carteira com segurança. Aqui eu vou te indicar alguns deles:

Defina o objetivo: crescimento patrimonial ou receber dividendos

Se você está na fase de acumulação de patrimônio, é natural que você privilegie ações de empresas de crescimento. Como estas reinvestem seus lucros no crescimento do próprio negócio, são empresas que distribuem pouquíssimos dividendos, e o seu benefício como acionista é justamente a valorização patrimonial das ações que irão acompanhar o crescimento do valor de mercado dessas empresas.

Fundos imobiliários, por outro lado, são obrigados por lei a distribuir pelo menos 95% dos lucros, portanto, não sobra muito dinheiro para reinvestir em novos imóveis ou, no caso de fundos de papel, investir em novos contratos e, assim, aumentar o patrimônio do fundo. 

Sendo assim, ao mesmo tempo em que os FIIs são o segmento da bolsa com menor volatilidade, também são os que têm crescimento patrimonial mais lento. Para que o seu patrimônio em FIIs cresça, será necessário reinvestir parte dos dividendos recebidos, comprando mais cotas.

Se você já possui um bom patrimônio e deseja usufruir da renda gerada por ele, seu foco deverá ser a escolha de ativos que paguem bons dividendos, sejam eles ações ou fundos imobiliários.

Compreendendo essas diferenças, você já tem em mãos uma primeira ferramenta para filtrar o tipo de ativo que é mais compatível com seus objetivos.

A diversificação é sua melhor amiga

Este é outro critério que eu nunca perco de vista nos meus investimentos. Não importa se estamos falando de uma carteira de crescimento ou de uma pagadora de dividendos. Em ambos os casos, diversificar sua alocação entre vários segmentos é uma forma de proteger seus investimentos.

Mas aqui vale um alerta importante: você não precisa ter dezenas de ativos de empresas diferentes, mas sim, ter segmentos diferentes dentro da carteira, privilegiando as melhores ações ou fundos imobiliários dentro de cada setor.

Ah, e não precisa ter todos os segmentos. Estude cada um deles, e escolha os mais relevantes e resilientes dentro da economia.

Após definir em quais segmentos irá investir, aí sim é o momento de identificar quais são os melhores papéis dentro dos setores escolhidos. Fazendo desta forma, você mantém sob controle seu grau de exposição a cada setor e assim, minimiza seus riscos.

Não olhe apenas preço ou dividendo

De nada vai adiantar você comprar uma ação ou fundo imobiliário só porque todo mundo diz que o preço está barato, ou porque está pagando altos dividendos, se as características do ativo não têm nada a ver com as suas metas de médio e longo prazo. Você precisa saber o que está comprando! 

No caso de ações, é importante focar em boas empresas, que sejam sólidas, lucrativas e com boas gestão. É claro que pagar barato por uma boa empresa é ótimo, mas é preciso muito cuidado com esse critério.

Analisar preços de uma empresa envolve analisar sua saúde financeira, o segmento em que ela atua, entre outros fatores, inclusive macroeconômicos. Então, enquanto você ainda não sabe como fazer isso, priorize investir em setores resilientes da economia, ou seja, aqueles cujas atividades econômicas são estruturais para a sociedade da forma como a conhecemos.

Normalmente são os segmentos onde se encontram as empresas mais perenes como bancos, empresas de energia elétrica, saneamento, seguradoras e etc.

Mas, é claro que dentro de cada setor, ainda temos que selecionar as empresas com melhor saúde financeira e, para isso, é preciso compará-las. Isso você consegue fazer acessando o site de RI (relação com investidores) das empresas e consultando todas as informações financeiras sobre cada uma delas.

Se estiver escolhendo fundos imobiliários, os critérios são equivalentes: foco em resiliência do setor, composição patrimonial do fundo, histórico e solidez do gestor, e aderência das características do ativo com as suas metas de médio e longo prazo.

No caso de FIIs de tijolo, por exemplo, há fundos de vários segmentos, como lajes corporativas, shoppings centers, galpões logísticos, hotéis, entre outros.

A performance dos fundos de cada setor é impactada diretamente pelos movimentos dos ciclos econômicos, daí a importância de diversificar sua carteira, escolhendo dentro de cada segmento, os fundos que são mais consolidados.

Além dos sites de RI, também é possível obter informação de qualidade sobre ações e fundos imobiliários assinando relatórios de casas de análise independentes, ou mesmo através dos relatórios disponibilizados pelas corretoras e bancos.

Hoje eu te trouxe alguns critérios básicos sobre a forma de filtrar os ativos, mas, o ideal é que você vá além e invista em conhecimento. Aprender a fazer suas próprias análises é a forma mais segura de fazer um planejamento financeiro e montar uma carteira sob medida para suas metas. 

Se você quer aprender mais sobre finanças pessoais e investimento, deixe seu nome na lista de espera para a próxima turma da Jornada da Desfudência, um método exclusivo desenvolvido pela Nathalia Arcuri para te levar mais rápido à sua independência financeira.

Um abraço

Professor Mira

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