Perspectivas do mercado financeiro para 2023

19 de December | 2022

Falar de perspectivas econômicas para o próximo ano é praticamente uma praxe do mercado nesta época. Acontece, porém, que o atual cenário de incertezas torna desafiadora a tarefa de analisar tendências!

Isso, por si só, já é motivo suficiente para você planejar sua vida financeira, preparando sua estratégia para aproveitar as oportunidades e, ao mesmo tempo, protegendo seus investimentos. 

Por Professor Mira!

Tanto no Brasil quanto no exterior, ainda há muita incerteza em relação aos rumos da economia em 2023. No entanto, há uma coisa que é consenso entre os economistas: é certo que o primeiro semestre do ano ainda trará muita volatilidade aos mercados. 

No âmbito internacional, a alta de juros nos Estados Unidos, o desaquecimento da economia chinesa, ainda sob efeito das restrições causadas pela Covid-19, e os reflexos da guerra Rússia x Ucrânia, são elementos que sinalizam para um cenário de possível recessão

O ciclo de alta da inflação em quase todo o mundo ainda terá reflexo na performance do PIB global. 

“E o que isso quer dizer?”, você pode se perguntar. 

Bom, a previsão do Fundo Monetário Internacional (FMI) é que a média global de crescimento do PIB fique em 2,7%, um valor relativamente baixo.

Perspectivas do mercado financeiro para 2023

Como a instabilidade no exterior me afeta?

Entendo que falar de PIB global, alta da inflação ou risco de recessão em mercados externos talvez pareça algo distante, mas a questão é que vivemos numa economia globalizada, não é mesmo? O que acontece no mercado internacional reverbera por aqui.

O Brasil é exportador de commodities e produtos manufaturados, então, se as economias dos países para os quais exportamos estiverem em recessão, há queda no consumo e, por consequência, nossas exportações caem. Assim, com menos dólares entrando no país, a moeda fica bem mais cara. 

Percebe o efeito dominó? Dólar mais caro significa preços mais altos, já que quase tudo o que consumimos tem seu custo impactado pela moeda norte-americana.

O cenário do Brasil é de transição e, na avaliação dos economistas, o presidente Lula irá herdar um país com maior dificuldade para crescimento econômico. Tudo isso, influenciado tanto pelos fatores externos que mencionei, quanto por fatores internos. 

Esse é um dos grandes desafios do novo governo: se o país cresce menos, a arrecadação do governo com impostos também cai. O problema é que isso costuma ocorrer justamente em um momento em que os gastos públicos estão mais altos. 

Se o governo sabe que vai arrecadar menos, por que não gasta menos? 

Não é tão simples assim. Gerir contas públicas em um país com a imensa desigualdade social que temos por aqui e, ao mesmo tempo, dar conta de toda a demanda por serviços públicos custa muito caro

Boa parte dos gastos de 2023 já foram feitos. Para custear o Auxílio Brasil e outras medidas de incentivo à economia, o país emite dívida, ou seja, se autofinancia emitindo títulos públicos. Até aí, normal, pois todo governo faz isso. 

Ocorre, entretanto, que os juros dessa dívida precisam ser pagos, onerando os cofres do governo, justamente numa situação em que a arrecadação é menor. 

Assim, há queda nas exportações e na produção industrial, menor nível de emprego, entre outras consequências da crise global que nos impõe uma dinâmica de crescimento mais fraca.

O que fazer nesse cenário? 

Neste momento, quando ainda estamos em compasso de espera quanto aos caminhos que o novo governo vai dar à política fiscal, o ideal é não tomar decisões arriscadas. 

Após a conclusão das nomeações na equipe econômica e, sabendo que a taxa Selic só deve começar a cair no segundo semestre de 2023, o melhor a fazer é seguir o seu planejamento financeiro. E, é claro, caso ainda não tenha um, providencie o mais brevemente possível. 

Como ter sucesso financeiro em 2023?

  1. Não negligencie sua reserva de emergência – em períodos de desaceleração econômica, a taxa de empregos diminui, portanto, mais do que nunca é fundamental ter uma reserva;
  1. Não faça movimentos bruscos – com juros altos, a tentação de migrar todos os investimentos para a renda fixa pode ser grande, afinal, um investimento com baixíssimo risco “ganhando” da bolsa de valores, é muito convidativo. Contudo, mantenha na renda fixa apenas  o percentual da sua carteira destinado a este fim, de acordo com suas metas.
  1. De olho na renda variável – neste cenário, boas empresas estão custando menos do que valem. Isso possibilita adquirir mais cotas de cada uma delas e, assim, aumentar a proporção dos dividendos a receber. Entretanto, vale a mesma observação que fiz quanto à renda fixa: destine a esta classe de ativos apenas um percentual de sua carteira, sempre em linha com suas metas de longo prazo.
  1. Acompanhe o noticiário econômico – mas não se deixe levar por ele. Informação é importante para ajudar você a rever seu planejamento, fazer eventuais ajustes de rota, mas não convém ficar pulando de um investimento para outro em busca da rentabilidade máxima em tudo. O que irá proteger seu patrimônio é a diversificação, lembre-se sempre disso.  
  1. Mantenha as rédeas com as despesas – um controle organizado de suas contas fixas e variáveis é importante sempre. Mas, em um ano que promete ser desafiador para a economia do país, torna-se imprescindível. 
  2. Estude sempre – não perca as oportunidades de ganhar conhecimento no que diz respeito ao seu patrimônio. Inclusive, se você não está por dentro da ação que pode mudar a sua vida, e a de milhares de pessoas em vulnerabilidade, corre aqui e conheça o movimento #felizes20.23. 

Não tente adivinhar os rumos da economia, afinal nem mesmo os especialistas estão fazendo isso. 

O melhor a fazer neste momento é colocar seu foco naquilo que está sob seu controle: trabalhar, economizar, estudar, assimilar boas informações e aprender com erros do passado. 

Só assim, você será capaz de avançar na sua jornada investidora, melhorando a qualidade das suas escolhas e não ficando à mercê dos acontecimentos.


Um abraço,
Professor Mira.

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